domingo, 2 de outubro de 2011

Social Mirror - Some Challenges

In a previous post I stated that the SocialMirror should be a software application that allow people to steer their own public image, and ensure some fairness among all concerned. Now, it is necessary to detail the application goals and features. To keep focus on the relevant issues, I start to identify the challenges SocialMirror has to face, and to do so I'll follow different strategies.

In this post I analyse some software applications and games where the concept of social mirror is built-in. By identifying similarities and differences between them and SocialMirror, I aim to raise some questions which will help me in the design of the solution. On the other hand, these questions will help me stick to what is important.

I have chosen one software applications and two games, actually, one of the games is also a software application.

Facebook is the largest social network in the world. It is mainly used for socialising, though the number of satellite applications which intend to take advantage of the large users base is increasing. By and large, Facebook allows people to interact in a number of ways, but socialisation around content has become viral. Contents, such as pictures, videos, and news, trigger endless interactions, eventually stopped by fresh contents that drag people to another context. However, because socialisation is a confirmation process, are you there?, do you still feel the same?, are you the same?, people move but they keep on socialising. The relation to social mirrors is obvious. In the tender mirrors post I exploit a found-art technique, I anonymised a thread where teenagers where commenting a picture and I did some random reshuffling as well, to illustrate how in Facebook self-awareness comes out from among others mirrors. Therefore, SocialMirror should also take advantage of contents to trigger interaction, but it should avoid that people easily converge for the sake of its fairness quality.

Truth or Dare is a game where the players have to choose between answering to a question or performing a task, both usually embarrassing. Similarly to the Facebook case, by answering others questions or performing tasks they propose, a public image is being built. However, contrarily to Facebook, in the Truth and Dare game is not so easy to converge because, due to the game rules, tasks and questions should be embarrassing. SocialMirror may follow some the the Truth and Dare rules to achieve some fairness, though it is not clear how to bring players to the game if they are not willing to.

FearNot! is a very interesting application that uses role-playing to create emotional self-awareness on bullying situations. It provides the player with a set of scenarios where he advices a victime of bullying. By doing so, the player becomes affectively engaged and create the right behaviour that will help him as either a victime or a bully. FearNot! addresses the Truth and Dare open question, how can we engage people in SocialMirror? In this case, people are engaged in the game by accepting to do a good deed. However, the context is pre-defined and form a closed world. For instance, FearNot! ignores that the bullies are also interacting to create their own public image, and very often the victime works as a catalyst. SocialMirror should have a wider scope,  it should support an open world closer to Facebook.

domingo, 25 de setembro de 2011

Social Mirror - The Context

According to the social mirror theory, people's self-awareness depends on how they see themselves through others's eyes: "we cannot have mirrors in the mind unless there are mirrors in society". Therefore, self-awareness is a social construction where everyone is committed.

The article, although short, is not easy to read. Nevertheless, I would suggest you to give it a try. It is inline with some of the ideas on social construction I have been discussing on both this blob and curtas. I am particularly fond of the role-play mechanism in the mirrors construction. The author goes a little bit further and argue that it is role-playing which distinguishes humans from other animals. However, this aspect is not relevant for what I have in mind.

Why am I bringing up this issue on social mirrors to a blog on technology and people?

I have been thinking for a while on how can technology be used to enhance the human condition. Of course, technology has already done a lot in both economical and social terms; evolution of human societies cannot be dissociated from technology. However, there is place for improvement, in particular in a world where people is overwhelmed by information that they cannot master. In this world it is becoming increasingly difficult to get answers for some question. How are my taxes being used? How can I take control of my information on the internet? And so on and so forth.

While I was thinking on a name for a software application that would allow people to steer their own public image, and ensure some fairness among all concerned, the name SocialMirror came up.

Then I googled for "social mirror" to know whether the name was already taken by another application. Curiously, and in life very often meaning comes after action, I found the social mirror theory.

I envisage an endless game of mirrors where awareness is being continuously reshaped. Mirrors reflect each other and each one adds a bias (see post on a young girl). This bias occurs due to some some new element, either a new external (real) fact or new social construction.

In another post I will address the challenges for the design of a SocialMirror software application.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O software como uma construção social

Por vezes, ao preparar as aulas, volta-se a reler os mesmos artigos, e há frases, ou palavras, que sempre lá estiveram e parece que não tínhamos reparado. No artigo Who Needs an Architect?, Martin Fowler, diz que a arquitectura de software, assim como o software é um social construct. Quando desta vez voltei a ler o artigo fiquei com curiosidade de ver com detalhe qual a definição de construção social.


Ignorando o aspecto de negar a essência do produto, que algumas teorias sócio-técnicas mais recentes levam em consideração, o que é ressalta desta definição é que de facto o desenvolvimento de software não é, nem nunca poderá ser, rocket science.

Assim, Martin Fowler termina o artigo dizendo que: "Software is not limited by physics, like buildings are. It is limited by imagination, by design, by organization. In short, it is limited by properties of people, not by properties of the world. “We have met the enemy, and he is us.”"

Com base nesta frase pergunto aos alunos se não será o frustrante fazer engenharia de software? Ao que um aluno me diz que não, antes pelo contrário, esta é uma oportunidade para se poder ser mais criativo.

sábado, 23 de julho de 2011

Agora que vou viajar...

Consulto a pasta de correio electrónico onde fui juntando toda a correspondência relativa à preparação da viagem. Já algum tempo que deixei de usar as pastas do sistema operativo para guardar a informação relacionada com a colaboração com outras pessoas. A quase totalidade da informação que recebo chega através de correio electrónico. Inclusivamente, por vezes, vejo-me na necessidade de enviar mensagens a mim próprio para juntar numa pasta de correio electrónico onde se encontra informação relacionada. 

Ainda assim, esta solução não é completamente do meu agrado. Levo algum tempo a encontrar a informação. Em particular, no contexto desta viagem, sempre que acedo à pasta  tenho um período inicial em quem vou percorrendo a informação e, mentalmente, a vou agrupando de acordo com o meu interesse do momento, seja a reserva de hotéis ou a distribuição da informação de acordo com o calendário da viagem. Por outro lado, começo a ter várias versões da mesma informação é necessário perceber qual é a que me interessa neste caso, não necessariamente a mais recente.

Muita da informação sobre a viagem resulta da utilização de serviços externos, como sejam serviços de reserva de hotel, avião e automóvel. Estes serviços enviam-me mensagens com os vouchers. Ou seja, alguma da informação que possuo na minha pasta de correio electrónico é apenas uma duplicação, não actualizada, da informação real. Por exemplo, se desejar saber se a viagem de avião alterada devo procurar na minha pasta a referência para o sítio onde o serviço está disponibilizado.

Idealmente, gostaria de poder ter a integrada a informação sobre a viagem com as trocas de mensagens de correio electrónico que efectuei para a preparar. Infelizmente, agora tenho de decidir por duas opções, ou conservo a informação dentro das mensagens ou a desagrego das mensagens. Ambas as soluções não me agradam, embora tenha pendido mais para a primeira.

Há cerca de 2 anos a Google lançou uma ferramenta revolucionária chamada Google Wave. Esta ferramenta permite que várias pessoas colaborem através da troca de mensagens e que simultaneamente vão sintetizando e agregando a informação que vai sendo trocada nas mensagens. Era objectivo da Google alterar o paradigma de comunicação actual, baseada no correio electrónico, por um paradigma de maior partilha e construção colaborativa de conteúdos. Esta proposta acabou por não vingar e acabou por ser abandonada pela Google. 

O Google Wave tem as potencialidades desejadas. Contudo sinto a necessidade de poder ter entidades estruturadas. Tal como o correio electrónico, o Google Wave apenas considera conteúdos feitos de texto e blobs (imagens, videos, etc). Na preparação da viagem gostaria de poder criar um entidade reserva de hotel para cada reserva. Também gostaria de poder enviar um pedido de informação sobre um local que desejo visitar já com um formato pré-estabelecido, de forma a que a resposta criasse uma entidade informação de local que eu poderia depois complementar com a indicação do hotel onde iria ficar e a referência para as coordenadas no Google Maps. A utilização de entidades estruturadas, ligadas a um contexto de comunicação, permitiria usar ferramentas de pesquisa e a ligação a serviços externos. Por exemplo, a entidade reserva de avião, ligada ao serviço externo de reserva de voo, iria sendo actualizada com o estado do voo.

sábado, 9 de julho de 2011

Razão e Coração

Começam a ser publicadas comparações entre o Google+ e o Facebook, e o como o Google+ poderá contrariar o crescimento do Facebook. Nas razões para usar o Google+ é dado ênfase à facilidade de utilização e a uma melhor gestão da privacidade da informação.

O Facebook, que nasceu como uma aplicação para conhecer miúdas, atinge agora os 750.000.000 de utilizadores. De algum modo, ainda não perdeu essas feições do coração.

Qual é a estratégia da Google para construir a sua rede social e substituir a do Facebook?

Duas estratégias são possíveis: tomar de assalto a rede Facebook, fazendo que as pessoas a abandonem e passarem a usar a rede Google+, ou criar um novo tipo de rede, que inicialmente atraia pessoas que não são utilizadoras usuais do Facebook, e que incrementalmente vá conquistando utilizadores ao Facebook.

A primeira estratégia, ilustrada neste cartoon, é equivalente a convencer 750 milhões de clientes de uma discoteca famosa e se mudarem em bloco para a discoteca ao lado. Dado que a discoteca está vazia, pode-se sugerir que lá se defende mais a privacidade das pessoas, mas é um argumento fraco, até porque vão todas à mesma discoteca para se poderem ver e comentar.

A segunda estratégia estará mais em sintonia com a forma como se cria inovação, segundo The Innovator's Dilemma. Por exemplo, a maior garantia de privacidade deverá permitir o surgimento de uma comunidade que não se reveja na rede Facebook. Esta comunidade ganhará identidade autónoma e tornat-se-à atraente aos olhos dos utilizadores Facebook que paulatinamente mudarão de comunidade.

O Google, dada a sua dimensão e capacidade tecnológica, parece estar a tentar a primeira estratégia, usar a força da razão para tomar de assalto a comunidade Facebook. No entanto, pode acontecer que algum embrião de comunidade se sinta atraído pelas possibilidades das novas funcionalidades do Google+, e as coisas aconteçam de outra forma.

sábado, 2 de julho de 2011

No man is an island

Investigação realizada com as moscas da fruta parece indicar que uma mosca que perdeu diversas disputas tem tendência a perder as disputas seguintes, ainda que com oponentes mais fracos. 

A Google acabou de lançar o Google+, uma tecnologia de suporte a redes sociais, para competir com o Facebook.

Segundo algumas opiniões o que está em disputa é a identidade.

Durante algum tempo olhou-se para a identidade digital na perspectiva da identificação. Como identificar de forma única os utilizadores da web? Como simplificar o processo de autenticação, fazendo que apenas seja necessária uma senha de entrada, para aceder a um vasto conjunto de serviços electrónicos? Um exemplo é o Windows Life ID.

A identificação digital única tem algumas vantagens. Mormente ao utilizador final, que não tem que gerir diversas identificações e senhas de entrada, mas também às empresas que concorrem para gerir as identificações, através de um complexo processo de fidelização de clientes e, consequentemente, de fornecedores de serviços, como a VISA ou a MasterCard.

Mas o modelo de negócio da Google foi alargar a identidade para além da identificação. O modelo de informação que a Google possui para cada utilizador da web é uma identidade gerada com as acções que cada um efectua quando usa o seu software. Esta identidade permite uma maior eficácia e precisão na identificação de quais os produtos que nos interessam. É essa eficácia que a Google vende às empresas que a contratam para difundir publicidade.

Também para o Facebook a identidade é feita da informação que possui acerca de cada um de nós, mas, contrariamente à Google, essa informação é explicitamente agregada pelos utilizadores. Quando se decide que fotografias se coloca no mural e que amigos se aceita estamos a definir explicitamente a nossa identidade.

Daqui resultaram dois modelos muito diferentes. No primeiro caso deixamos que a Google nos indique que informação nos interessa, no segundo caso "perguntamos" aos nossos amigos.

De forma um pouco inesperada, como referi em A Face de todas as Faces, actualmente as páginas web são mais acedidas a partir de páginas do Facebook do que de pesquisas no motor do Google. E isso, naturalmente, preocupa a Google. Daí a necessidade de passar de um modelo de identidade gerada para um modelo, ala Facebook, em que o utilizador constrói a sua identidade. Ou seja, a estratégia de oferecer um conjunto aparentemente "desgarrado" de aplicações, aparentemente, pois a informação sobre o seu uso é constantemente agregada em segundo plano para gerar a identidade, não funciona dado que não permite ao utilizador agregar a sua informação.

O Google+ integra numa interface única a possibilidade de agregarmos a nossa informação, construirmos a nossa identidade. Está anunciado como um processo em que incrementalmente novas aplicações Google serão integradas nesta interface única. A Google dá a informação que possui acerca de nós para dizermos quem somos.

domingo, 26 de junho de 2011

Das Reputações

No final da guerra Irão-Iraque, Saddam Hussein usou gás contra a sua própria população, este episódio é conhecido como o massacre de Halabja. Deste massacre foram recolhidas imagens das pessoas gaseadas em ruas desertas, tendo estas imagens sido difundidas pelos meios de comunicação social. Contudo, apenas dois anos mais tarde estas imagens ganharam maior impacto quando, após a invasão do Kuwait, elas foram re-difundidas e referenciadas no contexto de um outro discurso.

A reputação é um elemento essencial das interacções humanas. Funciona como a base sobre a qual acontecem as interacções. Com a globalização e virtualização das interacções também os mecanismos de criação e manutenção de reputação tiveram necessidade de se globalizar e virtualizar.

A reputação de uma pessoa, ou instituição, está directamente ligada à informação que possuímos acerca dessa entidade. Adicionalmente, juntamos uma valoração própria, construída a partir da interpretação que fazemos dessa informação e usando os nossos princípios.

É (era) assim, nas pequenas comunidades rurais, onde toda a gente se conhece e onde as alcunhas representam uma cristalização da valoração. Esta cristalização acaba por ser partilhada por todos, à medida que a alcunha vai sendo adoptada. A alcunha, uma valoração acerca da informação, transforma-se em informação, podendo ser sujeita às mesmas transformações que são efectuadas sobre a informação.

Também nas comunidades virtuais os mecanismos de reputação são essenciais. Neste artigo refere-se a importância dos mecanismos de reputação para as comunidades virtuais onde há transacções comerciais. No entanto, os mecanismos de reputação também têm impacto em outros aspectos das comunidades virtuais. Por exemplo, na Amazon a reputação de quem escreve revisões ajuda a formar opinião sobre as obras. Os top reviewers funcionam como alcunhas de quem faz revisões. Um top reviewer é aquele cujas revisões mais pessoas acharam úteis.

Mas a reputação não se aplica apenas a pessoas, também as páginas web têm associado um mecanismo de reputação. Por exemplo, a ordem pela qual são apresentados os resultados de uma pesquisa utilizando o motor de pesquisa da Google depende da reputação da página, page rank. Neste caso, a reputação de uma página é dada não apenas pelo número de páginas que a referenciam, mas também pela reputação das páginas que a referenciam. Uma página pode não ser referenciada por muitas páginas e ter uma reputação elevada, desde que seja referenciada por páginas com reputação alta.

É interessante observar que estes algoritmos pretendem simular um funcionamento semelhante ao funcionamento dos mecanismos de reputação em contextos não digitais. E tal como no contexto não digital, a reputação digital pode ser (é) alvo de tentativas de manipulação, pelo qual vão sendo propostos novos algoritmos que procuram colmatar as falhas encontradas.